Drag queens: Uma arte e uma subcultura
Apesar de não terem tanto reconhecimento na sociedade portuguesa, as drag queens, ou, em português, os travestis, estão bastante presentes nesta geração, afirmando-se como uma subcultura.
Isto deve-se nomeadamente ao reality show norte-americano, RuPaul's Drag Race.
No entanto, a existência das drag queens não é recente.
As primeiras aparições de drag queens deram-se em 500 a.C, na Grécia Antiga. Apenas os homens podiam fazer teatro, assim, estes faziam papéis de mulheres.
No século XVI, os papéis femininos escritos por Shakespeare eram interpretados por homens. Os papéis femininos mais importantes eram deixados para atores mais qualificados, mas não para mulheres¹.
No entanto, o termo drag queen surgiu em meados de 1800, como uma forma de ofender os homossexuais. Mais tarde, ainda no século XIX, este termo passa a descrever qualquer homem que se vestisse de mulher com propósitos teatrais².
Na viragem do século, as drag queens tornaram-se um fenómeno. Algumas das drag queens mais conhecidas no século XX foram Julian Eltinge e Florin.
Nesta época, a arte de drag era reconhecida como uma brincadeira, não era relacionada à preferência sexual.
Em 1920 começa a haver uma relação de drag com a comunidade LGBT, devido aos "drag balls", festas onde os homens apareciam vestidos de mulheres. Com o aumento da popularidade destas festas, iniciou-se o período intitulado "Pansy Craze", no fim da década de 20.
Por volta da década de 40, as drag queens ainda tentavam encontrar o seu lugar na sociedade, pois eram vistas como uma ofensa, e, por isso, eram presas. Em vez dos seus espetáculos serem anunciados publicamente, estes passam a ser secretos, como forma de fugirem à polícia.
Nos anos 70 e 80 as drag queens foram vistas como um símbolo da luta pelos direitos da comunidade LGBT, mas, com o avanço da SIDA, estas ficaram com uma má reputação, sendo até culpadas pelo surgimento da doença. Assim, apesar da popularidade que tinham ganho, tiveram de se esconder mais uma vez.
A arte de drag passou a ser valorizada novamente na década seguinte, e as drag queens popularizaram as paradas gay por todo o mundo.
Foi nos anos 90 que apareceu a drag queen RuPaul. O seu legado continua até aos dias de hoje, afirmando-se como a maior drag queen da nossa geração.
¹ https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/drag-queens-a-historia-da-arte-por-tras-de-homens-vestidos-de-mulher.ghtml
² http://www.fashionbubbles.com/historia-da-moda/a-historia-das-drag-queens-parte-1/
- Laura L.
Isto deve-se nomeadamente ao reality show norte-americano, RuPaul's Drag Race.
Publicidade para a oitava temporada de RuPaul's Drag Race. |
No entanto, a existência das drag queens não é recente.
As primeiras aparições de drag queens deram-se em 500 a.C, na Grécia Antiga. Apenas os homens podiam fazer teatro, assim, estes faziam papéis de mulheres.
No século XVI, os papéis femininos escritos por Shakespeare eram interpretados por homens. Os papéis femininos mais importantes eram deixados para atores mais qualificados, mas não para mulheres¹.
No entanto, o termo drag queen surgiu em meados de 1800, como uma forma de ofender os homossexuais. Mais tarde, ainda no século XIX, este termo passa a descrever qualquer homem que se vestisse de mulher com propósitos teatrais².
Brigham Morris Young, como Madam Pattrini, uma das primeiras drag queens a fazer teatro no século XIX. |
Alunos da universidade de Yale em 1883. |
Na viragem do século, as drag queens tornaram-se um fenómeno. Algumas das drag queens mais conhecidas no século XX foram Julian Eltinge e Florin.
Nesta época, a arte de drag era reconhecida como uma brincadeira, não era relacionada à preferência sexual.
Em 1920 começa a haver uma relação de drag com a comunidade LGBT, devido aos "drag balls", festas onde os homens apareciam vestidos de mulheres. Com o aumento da popularidade destas festas, iniciou-se o período intitulado "Pansy Craze", no fim da década de 20.
"Drag Ball". |
Drag queens no período do "Pansy Craze". |
Por volta da década de 40, as drag queens ainda tentavam encontrar o seu lugar na sociedade, pois eram vistas como uma ofensa, e, por isso, eram presas. Em vez dos seus espetáculos serem anunciados publicamente, estes passam a ser secretos, como forma de fugirem à polícia.
Nos anos 70 e 80 as drag queens foram vistas como um símbolo da luta pelos direitos da comunidade LGBT, mas, com o avanço da SIDA, estas ficaram com uma má reputação, sendo até culpadas pelo surgimento da doença. Assim, apesar da popularidade que tinham ganho, tiveram de se esconder mais uma vez.
Drag queens nos anos 70 e 80, respetivamente. |
A arte de drag passou a ser valorizada novamente na década seguinte, e as drag queens popularizaram as paradas gay por todo o mundo.
Foi nos anos 90 que apareceu a drag queen RuPaul. O seu legado continua até aos dias de hoje, afirmando-se como a maior drag queen da nossa geração.
RuPaul ao longo dos anos. |
¹ https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/drag-queens-a-historia-da-arte-por-tras-de-homens-vestidos-de-mulher.ghtml
² http://www.fashionbubbles.com/historia-da-moda/a-historia-das-drag-queens-parte-1/
- Laura L.
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