Apropriação cultural
Um tema que não é possível explicar sem fazer referência ao
racismo e aos privilégios de raça, etnia ou religiosidade.
“Apropriação cultural é o uso de elementos típicos de
determinada cultura por pessoas pertencentes a um grupo cultural diferente.”
Esta foi a primeira
definição que encontrei quando procurei o conceito. No entanto, após pesquisa,
percebi que este tem algo de muito mais profundo. A apropriação cultural designa
um esvaziamento de significado desses símbolos referidos combinado com o privilégio
social de raça, etnia ou religiosidade.
A apropriação cultural é algo extremamente comum nos nossos
dias, musicas e artistas musicais, tendências de moda, etc, cada vez mais se
apoderam de símbolos culturais, tiram lhes todo o seu significado e vendem-nos
a pessoas que não tem noção do antepassado histórico daquilo que usam na rua.
Porém essa não é a maior preocupação daqueles que defendem a veracidade deste
fenómeno, a sua maior critica é a população a quem estes itens são apresentados
como mera moda (algo passageiro).
“O turbante ou torço é uma tira de pano de determinados
comprimentos utilizada sobre a cabeça e de uso muito comum em países do Oriente
Médio, África, Ásia e Jamaica. Ele pode indicar posição social e está
geralmente relacionado à religiosidade. Existe também o ojá que é um tipo de
turbante usado nas religiões tradicionais africanas e afro-brasileiras e
representa senioridade e respeito e serve como forma de proteção espiritual
para os filhos e filhas de santo.” (mailto:https://lorenamorais.wordpress.com/2013/11/13/turbante-acessorio-da-moda-afro/)
A partir deste exerto de um blog percebemos que para as
pessoa que seguem esta religião e tradição o turbante é muito mais que um
pedaço de pano ou moda passageira, no entanto é assim que hoje em dia esses
itens são vendidos nas lojas de consumo rápido.
Não esquecendo que uma mulher negra de turbante é
frequentemente relacionada a bruxarias e ao lado negativo do Vodu, enquanto uma
mulher branca com o mesmo turbante na cabeça é considerada uma seguidora da
moda.
Tal como a trança
nagô, algo tipicamente africano retirado aos escravizados quando lhes foi
rapado o cabelo (com objectivos não só higiénicos mas principalmente despersonificadores)
e agora desvalorizado pelas tendência da moda, basta entender que muitas
pessoas que usufruem deste tipo de estilo nem conhecimento do nome do tipo de
trança, nem da sua origem têm.
No entanto nem todo o usufruto de símbolos religiosos ou
culturais é considerado apropriação cultural, ou seja, é necessário os dois
factores referidos a cima (esvaziamento de significado desses símbolos e o
privilégio social de raça, etnia, ou religiosidade) por exemplo:
Observemos o caso de uma mulher branca que participe no candomblé e use
o turbante. Podemos dizer que existe um privilégio étnico, no entanto não
havendo uma desvalorização simbólica não podemos identificar o caso como
apropriação cultural.
No entanto no caso do crucifixo cristão usado como objecto meramente
estético não é considerado apropriação cultural, mesmo havendo o fator de esvaziamento
cultural, sendo o cristianismo uma cultura hegemónica
o privilégio racial, étnico ou social não é um fator presente.
Laura S.
quanto blablabla por nada. se alguém vir algo maneiro não pode usar? e eu que sou preto não poso gostar de musica clássica, pois, como já ouvi, é traição, pois é coisa do branco opressor e se eutivesse a real noção do que "meu povo" passou eu teria que bater tambor e sambar!? Quererão proibir as sínteses relacionais; como se tudo que temos hj não tivesse sido fruto, um dia, de trocas culturais!!!
ResponderEliminar